Como prevenir lesão no Ligamento Cruzado Anterior em jogadores de futebol?
A lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é a mais temida entre os futebolistas, apesar de não ser a mais frequente, tanto que as taxas elevadas dessas lesões em jogadores profissionais ou amadores são preocupantes. Porém, existem evidências de que o treino proprioceptivo e neuromuscular podem prevenir o aparecimento dessa lesão.
A propriocepção diz respeito às informações e mecanismos que contribuem para o controlo postural, estabilidade articular e para diversas sensações conscientes. O treino proprioceptivo tem um papel decisivo como fator integrante dos programas de prevenção de lesões no futebol. Os exercícios baseiam-se em situações onde a variabilidade e a instabilidade são dois fatores constantes. Sugere que o treinamento ocorra em superfícies móveis, com diferentes graus de dureza, com apoio unipodal e ainda com e sem referências visuais.
Já o treino neuromuscular visa o aumento das respostas motoras involuntárias e dos mecanismos centrais responsáveis pelo controlo articular dinâmico. Tem por objetivos a melhoria da habilidade do sistema nervoso para gerar padrões rápidos e ideais de resposta muscular, aumento da estabilidade articular e recuperação de padrões de movimento e habilidades. As componentes do treino neuromuscular incluem o desenvolvimento da força muscular (resistência de força e potência). O treino da força é vital em qualquer programa de prevenção de lesões, pois é elemento base da velocidade, da potência e do controlo corporal. No futebol, a força dos músculos isquiotibiais, pela ação frenadora que exercem sobre o deslizamento anterior da tíbia, assume uma importância vital na estabilização do joelho.
É importante lembrar que a lesão do LCA é um acontecimento grave que requer tratamento cirúrgico, mantendo muitos atletas afastados dos jogos durante, pelo menos, seis meses. Na maioria dos casos, se a reconstrução ligamentar for bem efetuada e o processo de reabilitação fisioterápico bem conduzido, é possível que o atleta regresse à prática desportiva num nível de desempenho idêntico, evitando-se também o aparecimento de lesões meniscais e cartilagíneas.
Dr. Elias Marcelo Batista da Silva
CRM 16898/PR
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